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Do leve ao severo: todos os lados do espectro autista

O que diferencia as pessoas no espectro autista é a intensidade dos sintomas

É comum se dizer que no autismo não existe uma regra geral e que cada caso é um mundo particular. Duas pessoas com habilidades e limitações bem diferentes – uma com traços leves e outra com dificuldades severas – fazem parte do mesmo espectro autista. Mas o que é exatamente o espectro?

O conceito do autismo como um espectro começou a ser defendido por diferentes médicos e pesquisadores, como a psiquiatra inglesa Lorna Wing. A visão deles é que distúrbios como Autismo Clássico, Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação, Autismo Severo, Transtorno Desintegrativo da Infância, Autismo de Alto Funcionamento e Síndrome de Asperger, compartilhavam muitos dos sintomas e tratamentos e, por isso, deveriam ser analisados como parte de um mesmo todo. Mas até 2013, quando foi publicado a edição mais recente do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DSM-5) pela Associação Americana de Psiquiatria, cada uma destas condições era entendida como um diagnóstico separado.

Em 2013, o TEA passou a ser definido por duas características principais

Referência mundial para médicos, psicólogos e pesquisadores, o DSM-5 consolidou a interpretação de que o autismo é um espectro partindo do princípio que cada paciente vai apresentar os sintomas do TEA em diferentes níveis de intensidade. Ou seja, a pessoa classificada como autismo leve ou de alta funcionalidade apresenta limitações mais sutis, que podem não atrapalhar tanto a sua habilidade de fazer amigos, ir à escola ou trabalhar, por exemplo. Já um paciente que precisa de ajuda para desempenhar funções cotidianas, como se vestir ou tomar banho, pode ser enquadrado no autismo moderado ou severo.

Dessa forma, o consenso médico atual é que, para uma pessoa ser diagnosticada dentro do espectro autista, ela precisa apresentar dois traços característicos:

  • Dificuldades persistentes na comunicação social e na interação social em diferentes contextos;
  • Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, que prejudiquem o seu convívio social.

No autismo leve, a pessoa costuma ter dificuldade para fazer amizades

A confirmação do diagnóstico é feita pela avaliação do paciente por um ou mais médicos especializados em TEA, com a ajuda de testes. A partir das informações obtidas na conversa com a pessoa e os seus cuidadores e do comportamento observado durante os testes, os médicos vão definir a classificação dentro do espectro.

Segundo o DSM-5, o Transtorno do Espectro Autista pode ser dividido em 3 níveis:

 

Interação / Comunicação social

Nível 1 (que necessita de suporte): É comum a pessoa apresentar um interesse diminuído nas interações sociais, e ter dificuldade em iniciar contatos com os outros, principalmente ao tentar fazer amizades. Em conversas, o autista deste nível pode dar respostas atípicas ou não conectadas com o assunto e até parar de responder.

Nível 2 (que necessita de suporte substancial): Nesta parte do espectro, o autista já demonstra déficits marcantes na conversação, com respostas reduzidas ou consideradas atípicas. As dificuldades de linguagem são aparentes mesmo quando a pessoa tem algum suporte, e a sua iniciativa para interagir com os outros é limitada.

Dificuldade para mudar de atividade é maior para o autista severoNível 3 (que necessita de suporte muito substancial): O indivíduo de baixo funcionamento apresenta dificuldades graves no seu cotidiano, com uma resposta mínima a interações com outras pessoas e a iniciativa própria de conversar muito limitada.

Comportamento restritivo / repetitivo

Nível 1 (que necessita de suporte): Por causa do foco intenso, a criança ou adulto autista neste quadro costuma ter dificuldade para trocar de atividades. A sua independência acaba sendo limitada por problemas com organização e planejamento.

Nível 2 (que necessita de suporte substancial): Os comportamentos atípicos interferem com o cotidiano da pessoa numa grande variedade de ambientes, e acontecem com frequência suficiente a ponto de serem óbvios para observadores casuais. O autista aqui chega a apresentar aflição para mudar o foco ou ação.

 

O diagnóstico e os tratamentos ainda dependem se a pessoa apresenta condições associadas

Nível 3 (que necessita de suporte muito substancial): O indivíduo neste ponto do espectro tem uma dificuldade extrema de lidar com mudanças, no geral sentindo grande aflição quando precisa trocar de atividades. Os seus comportamentos repetitivos já interferem marcadamente em todas as esferas da sua vida.

A diferença na intensidade dos sintomas do autismo, além da presença de outras condições associadas, como o TDAH ou a síndrome de Savant, são os principais fatores considerados pelos especialistas em TEA na hora de montar o tratamento de um paciente.

Cada pessoa com autismo também vai se desenvolver no seu próprio ritmo e cada família vai lidar com o cotidiano do distúrbio do seu jeito. Todo este conjunto vai influenciar como cada autista se relaciona, se expressa e se comporta. Por isso, acreditamos muito na frase do Dr Stephen Shore, conselheiro da organização Autism Speaks: “Se você conheceu uma pessoa com autismo, você conheceu apenas uma pessoa com autismo”.

 

Fonte: autismoerealidade.org.br

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