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História de Karina Andrade

nullEm 2012, levava uma vida tranquila com meu marido em Vilhena/RO.

Quando meu primogênito, Matheus, estava com 1 ano e meio e não falava uma única palavra, começamos a buscar por respostas. Passamos por alguns profissionais como: pediatras, neurologistas, fonoaudiologistas. Todos alegavam estar tudo bem e que ‘era preciso esperar porque cada criança tinha seu tempo’. Infelizmente, não era verdade. Esperar é a única coisa que não se pode fazer quando falamos em atraso do desenvolvimento, porém, eu mãe de primeira viagem, acreditei que os ‘especialistas’ sabiam o que diziam. Achava que muitos dos comportamentos dele, como a seriedade e falta de interação era por conta da personalidade. Quando Matheus tinha 2 anos e meio, o levamos para uma consulta em Cuiabá, capital do MT, com um neuropediatra, e lá tivemos o diagnóstico que mudaria o percurso de nossas vidas para sempre – Transtorno do Espectro do Autismo.

Como a maioria das famílias, passamos por todo aquele processo doloroso do diagnóstico e do medo do desconhecido. Nesta época eu já esperava o segundo filho.

Em menos de 40 dias nos mudamos de Vilhena para Curitiba -PR, onde encontramos profissionais qualificados para o tratamento do TEA. Num curto período tivemos um diagnóstico, uma mudança de cidade e a chegada de mais um filho. 2012 definitivamente foi hard.

Matheus foi exposto a uma rotina diária de terapias, e aos poucos tudo foi se ajeitando. Tivemos suporte psicológico e acesso ao tratamento adequado. Coisa que a maioria esmagadora das famílias, infelizmente, não tem.

Quando meu segundo filho, Emanuel estava com cerca de 1 ano e dois meses, nós mesmos (eu e meu marido) já identificamos os sinais de autismo. Na consulta com um neuropediatra, referência em Curitiba, só confirmamos o que já sabíamos. Emanuel então iniciou sua corrida contra o tempo. Como já tínhamos o caminho das pedras, foi um pouco mais fácil. Porém, correr com dois filhos para lados opostos da cidade, todos os dias, foi tornando-se desgastante.

Os meninos tiveram um ótimo desenvolvimento. Autismo virou assunto comum dentro da família e com os que conviviam ao nosso redor. Aprendemos sobre autismo, e sobre a abordagem terapêutica a que eram submetidos. Ganhamos conhecimento, e com isso segurança, empoderamento. Esse é um ponto bastante importante, os pais devem buscar por conhecimento para não serem enganados por pseudos profissionais.

Sete anos após nossa mudança para Curitiba, voltamos à Vilhena-RO, de onde saímos correndo atrás de tratamento, deixando escritório, família, amigos etc. A vida numa cidade pequena é boa, ganhamos de um lado, mas perdemos de outro. Buscamos um pouco de qualidade de vida, menos estresse, menos trânsito, menos violência... Porém, aqui não encontramos as terapias necessárias para dar continuidade ao programa de intervenção e bom desenvolvimento de nossos filhos. Poucos profissionais se capacitaram nesta área, políticas públicas voltadas para o TEA é praticamente zero.

Por esse motivo, quando comecei a conhecer a realidade de outras mães azuis, percebi que nada é por acaso e que já não conseguia fazer de conta que estava tudo bem. Então, tomei frente a uma causa. Hoje represento mais de 50 famílias, através da Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Vilhena – Amavi, e enquanto não temos condições de construir nossa sede para oferecer um tratamento adequado às pessoas dentro do Espectro, vou tentando, aos poucos, descontruir paradigmas. Confesso que a parte mais difícil do autismo é lidar com a sociedade. O autismo não é uma tragédia, a ignorância é! Sem conscientizar não é possível oferecer serviços adequados à essa população. O primeiro e mais importante passo é a Conscientização. É entender que o autismo é uma condição que precisa de suporte especializado para um bom desenvolvimento. Eles podem tudo. O lugar deles é em todo lugar. Não julguem, não subestimem as pessoas com autismo, o cérebro deles funciona diferente. Aprendem de forma diferente, num ritmo por vezes diferente, mas são capazes, só lhes falta um olhar atento e oportunidade.

Neste sentido criei o Integrar Autismo, um site de informações e serviços em prol do autismo. Cursos e capacitações para qualificar familiares e profissionais de nossa cidade e região fazem parte deste projeto de integração. Sem conhecimento de como agir e atuar adequadamente, não há possibilidade de integrar a pessoa com autismo à sociedade. O objetivo é esse: a integração. Você faz parte disso! Vamos juntos construir uma história de progresso, respeitando as diferentes maneiras de ser!

 

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